A origem do carnaval está relacionada com a união das palavras latinas “carnis” (carne) e “valles” (prazeres). Mas como todos nós também sabemos, o carnaval é a festividade que antecede a primeira festa religiosa de cada ano, a Páscoa.
O evento carnavalesco nasceu da Igreja Católica, no século XI. Desde aí, quarenta dias antes da Semana Santa, e antes de se proceder ao período de privação, conhecido como jejum pascal, o “entrudo” leva à mesa dos portugueses as carnes gordas e a folia. A gastronomia é rica e “gorda”, devido aos enchidos e carnes gordas, que preenchem o cozido à portuguesa, a feijoada à transmontana ou o sarrabulho (guisado com os miúdos do porco, ou cabrito, misturado com sangue e temperado com cominhos).
Mas o carnaval como hoje conhecemos surgiu apenas na época do Renascimento, altura em que começaram os bailes de máscaras e as fantasias.
O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, mais famosos em Portugal são os da Mealhada, Torres Vedras, Loulé, Ovar, Madeira, e Sines. Mas mesmo que a iniciativa tenha o senão de se dar em pleno inverno, o frio não demove os foliões, nem a vontade de satirizarem social e politicamente, como já é costume nos corsos carnavalescos dos portugueses.
Vamos rapidamente enumerar as vantagens em escolher um evento em detrimento de outro:
Por exemplo, na Madeira não faltará um desfile majestoso, bastante abrilhantado, acompanhado do típico fogo de artifício.
Em Torres Vedras, as matrafonas (homens vestidos de mulheres) são o mote, bem como a sátira politica.
Na Mealhada, numa versão mais brasileira, poderá assistir ao Corso Luso – Brasileiro e no último dia ao desfile trapalhão.
O famoso cortejo com sátira política e social em Loulé conta com 15 carros alegóricos, escolas de samba, gigantones e cabeçudos, por isso aproveite e dê uma fugida até ao Algarve.
Se preferir o norte, em Ovar, o Carnaval já arrancou (no dia 16 de janeiro), prolongando-se até 9 de fevereiro, mas com uma programação diferenciadora, arrojada e para vários públicos.
Em Sines, os foliões contam com três dias de corso, mas é na segunda-feira, que tem o seu ponto alto, com o desfile noturno e com os seus carros alegóricos iluminados.
Nestes dias de carnaval, para além dos grupos organizados, inúmeros foliões anónimos participam livremente nos desfiles e na festa.
Mas não podíamos falar de carnaval sem mencionar os Caretos, personagens típicos de algumas aldeias de Trás-os-Montes. Um careto é um homem disfarçado, que anda pelas ruas das aldeias transmontanas, com uma máscara que serve para meter medo, em especial as meninas solteiras. Por norma, as meninas ficam em casa a vê-los pela janela, o que leva a que eles trepem pelas varandas, para ir ter com elas e fazer muito barulho com os chocalhos que usam pendurados na cintura e guizos nos tornozelos.