O Alto Minho está repleto de grandes romarias. São exemplo: São Bento da Porta Aberta, no Gerês, Senhora da Peneda ou São João d’Arga, nas serras homónimas. Contudo, uma delas, a Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, tende a ganhar predominância, não tanto a nível da quantidade de visitantes nem do brilho dos festejos mas no plano do essencialmente simbólico, assumindo-se como a romaria das romarias. De resto, já o conde de Aurora se lhe referia em 1929, como «a Festa Nacional do Minho».
Em anos mais recentes, os promotores dos festejos têm procurado acentuar esta característica englobante, fazendo incluir no cortejo etnográfico quadros referentes aos diferentes concelhos do distrito. E assim apareceram já representações doutras festas ou romarias, como por exemplo, a Festa da Coca de Monção.
A devoção das gentes do mar
Sem prejuízo deste aspeto, esta romaria continua a manter um traço essencial: a devoção das gentes do mar. A prová-lo, a antiguidade e a quantidade de ex-votos (geralmente sob a forma de pinturas ingénuas) retribuindo graças recebidas no mar, por ocasião de tempestades ou naufrágios.
Daí que o andor principal fosse tradicionalmente levado pelos pescadores e que a partir de 1968 se tivesse passado a realizar uma procissão fluvial, com a imagem de Nossa Senhora da Agonia a ser transportada rio Lima fora por uma embarcação de pesca, seguida por dezenas de outras devidamente engalanadas.
O culto da Senhora da Agonia
O culto da Senhora da Agonia remonta ao século XVIII. A primeira referência escrita data de 1744, sendo de 1773 a tela votiva mais antiga. A capela onde está guardada a imagem domina o Campo da Agonia, coração dos festejos e local da realização da feira semanal.
Em Agosto Viana do Castelo transforma-se numa cidade em festa. As principais ruas são engalanadas, com particular destaque para a Avenida dos Combatentes que corre do rio para a estação ferroviária e que, dada a sua maior largura, melhor se adequa à passagem dos cortejos.
Verdadeiramente impressionante é a meticulosidade com que as ruas são preparadas para a passagem da procissão, com tapetes de flores de centenas de metros.
Para além da procissão propriamente dita, a festa foi ganhando outras componentes, como o Cortejo Etnográfico no sábado à tarde e a Festa do Traje no domingo à tarde.
O cortejo dura mais de três horas, remonta aos anos 30 e tradicionalmente incluía quadros referentes à vida e às tradições do concelho.
A partir de 1996 surgiram as primeiras representações de quadros, já não do concelho mas de todo o distrito. Na festa do traje é possível apreciar os trajes tradicionais minhotos, com destaque para os das noivas, com a sua rica ornamentação em ouro e filigrana.
Outro acontecimento que atrai multidões é o fogo de artifício, geralmente feito na marginal, junto ao rio Lima. Ao espectáculo dos foguetes e morteiros explodindo no ar entre mil cores junta-se a fantasia do fogo preso.
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Morada | Viana do Castelo, Portugal |