Os próximos artigos aqui publicados estão relacionados com um dos produtos mais genuínos e mais reconhecidos em Portugal, o vinho. Uma das imagens de marca do nosso país, principalmente no estrangeiro, são os variadíssimos néctares que brotam das nossas terras. Iremos iniciar esta viagem com a frescura e leveza do vinho verde português.
A Região Demarcada do Vinho Verde é a maior em Portugal, e das maiores da Europa, cujas vinhas ocupam uma área correspondente a 15% da área vinícola nacional. Quando lhe indicamos que a extensão da região é bastante grande falamos-lhe de uma área tão abrangente que fora necessário dividi-la em nove sub-regiões, nomeadamente: Monção, Lima, Basto, Cávado, Ave, Amarante, Baião, Sousa e Paiva. Cada uma destas sub-regiões produz formas distintas de vinho verde. As notórias diferenças são realçadas pelas castas, e as mais utilizadas na produção do vinho desta região são: a casta Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto e Azal. Para que seja mais fácil a perceção, damos-lhe exemplos: o Alvarinho de Monção é um vinho branco mais seco, enquanto o Loureiro da região do Lima é mais suave. O vinho tinto produzido na região dos Verdes (Bastos e Amarante) é um néctar muito apreciado regionalmente, mas é um vinho muito ácido e tem uma cor vermelha bastante carregada.
A Região Demarcada dos Vinhos Verdes estende-se por todo o noroeste de Portugal, na conhecida zona de entre-Douro-e-Minho. As condições naturais desta região facilitam na produção destes magníficos vinhos brancos, verdes, verdes tintos, reconhecidos pela frescura natural e baixo teor alcoólico. Devido à proximidade com o Oceano Atlântico a região recebe a influência atlântica, e com os solos na sua maioria de origem granítica, o clima ameno e elevada precipitação, manifesta-se na frescura, leveza e elegância dos vinhos.
A acidez destes vinhos é uma característica, no entanto, isso não é uma influência do não amadurecimento das vinhas, prova disso é que nesta região, as vindimas eram prolongadas até finais de outubro ou inícios de novembro. Esta é uma questão de “condução de vinhas”, ou seja, a forma como as vinhas são plantadas e crescem.
A vertente turística aliada ao vinho tem cada vez mais uma procura externa, interna e de variadíssimas faixas etárias. Mais especificamente, o enoturismo, segmento da atividade turística que se baseia na viagem motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos, é dividido em várias áreas, como é o caso dos alojamentos direcionados para a promoção do produto, bem como as atividades organizadas (vindimas, passeios às vinhas, etc…), ou provas gastronómicas e restaurantes específicos para a divulgação de vinhos específicos.
Relacionado com o vinho verde, já existe uma Rota do Vinho Verde, que percorre 49 concelhos, com 12 rotas bem definidas e que abrangem todo o noroeste de Portugal. Ao longo deste percurso é possível desfrutar de praias e montanhas, vales e rios, e de uma paisagem única onde o verde é a cor e o nome dominante.